Cartilha





INTRODUÇÃO

     O povo de Deus está deixando a caverna para governar, a fim de trazer alegria a toda a terra. Sabemos que por muito tempo o diabo, chamado de enganador nas Escrituras Sagradas, vem tentado enganar o povo de Deus com discurso repleto de sofismas (dar aparência de verdade), do tipo: “Crentes não devem estrar na política, senão se corrompem!”. Todos os sofismas têm caído por terra nos últimos anos para Glória daquele que É. Um exemplo é um discurso hipócrita que queria roubar a cidadania dos cristãos dizendo que “política é coisa do diabo”, e que todo crente na política se corrompe. Ou seja, o diabo estava dizendo para os crentes: “Cuidem de suas igrejas e deixem a cidade comigo”.
     Graças a Deus os cristãos estão despertando para o fato de que somos dos céus, mas não deixamos de ser cidadãos da Terra. E de que tivemos grandes homens de Deus na política. José, do Egito; Daniel, na Babilônia; Ester, e muitos outros.
     A própria Bíblia nos diz que a política nasce da fé, pois Deus disse a Abraão: “De ti sairão reis, príncipes e governantes” Gênesis 17.6. Quem não gosta de governantes terá dificuldade de aceitar Jesus quando Ele retornar como Rei dos reis e Senhor dos senhores. E pelo que eu saiba, um rei é um governante. Além disso, a palavra política fala de administração pública e Deus disse que seremos reis e senhores sobre a Terra. Então, nosso destino é governar sobre a Terra. Agora, a Bíblia diz que quando o justo governa, o povo se alegra; quando o governador é ímpio, o povo suspira de tristeza.
     Por quê?
     Porque o verdadeiro justo será, no governo, voz dos que não tem voz. “Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham em desolação” Provérbios 31.8. Esse foi o conselho da mãe de Lemuel ao dizer para ele que devia governar com sabedoria e abrir a boca no meio das autoridades.
     Martin Luther King disse que lhe incomodava mais o silêncio dos bons que os gritos dos maus. A omissão na política é a pior coisa; omissão é falta de amor. Muitas vezes votamos em alguém porque sorri muito, ou porque é simpático, ou porque é parente ou amigo, ou porque nos favoreceu, e nos esquecemos de buscarmos saber como é o seu caráter e qual é a real intenção dele ao chegar ao poder.
     Mas, por que a Bíblia diz que quando o justo governa, o povo se alegra? Porque o verdadeiro justo será na política o governador de todos! Um governo não é levantado para governar somente para alguns, mas para todos. Quando alguém governa para um público específico tenderá a ser desleal com os demais. Um governo justo não pode governar somente uma classe ou duas por estratificação (camada) social. Ele tem que governar para todos: religiosos, ateus, brancos e negros, ricos e pobres, eruditos e incultos, sábios e simples, enfim, todos indistintamente devem estar sob a boa administração política de um governo e de um legislador justo.
     Deus é assim ao governar o Universo.
     A Bíblia diz que Ele faz cair a chuva sobre os justos e os injustos, e faz nascer o sol sobre os bons e os maus. Ora, se Deus que odeia o pecado e governa para todos; aquele que o serve e está no governo, também deve governar para todos. O povo de Deus, no passado, sofreu porque levantou um governante que não conhecia José. José é uma tipologia de Jesus. Assim, um governante que não conhece a Jesus, tenderá a ser desleal para com o povo e trazer muitas vezes sofrimentos aos que estão sob sua autoridade. E aqui vale dizer que por “conhecer Jesus” não me refiro ao simples fato de ser cristão, mas sim em viver os princípios de Jesus, de amor e solidariedade ao próximo. Creio que chegou o tempo da equidade e da justiça! E o governo do justo virá para trazer menos dor e mais alegria! A decisão é sua para mudar a História do nosso País!

                                                            Apóstolo Arcélio Luis
                                                    Ministério Colheita Internacional




                                                        POLÍTICA NO BRASIL
                                                       SISTEMA E MAZELAS


     Joãozinho começou perguntando:
     — O que é política, professor?
     O dicionário Aurélio explica: “é a arte de governar o povo”. No sistema democrático, praticado no Brasil, o cidadão participa, com seus deveres e direitos de cidadania, diretamente das decisões políticas, através do voto que elege o político. A política nasceu com o homem, com a busca do poder, para o bem ou para o mal, e de domínio sobre os outros, e o próprio Deus que criou todas as coisas a praticou muitas vezes para orientar o povo escolhido. Lemos na Bíblia que o Senhor, Deus dos Exércitos, destituía e empossava os reis de Israel e lhes dava missões políticas, seja como tratar o povo ou como se defender dos inimigos.
     Portanto, a boa política é uma obra social de Deus. O próprio Jesus disse, quando questionado sobre os tributos: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”; portanto, temos que nos atentar também às coisas públicas. De fato, Jesus está determinando que se paguem os tributos devidos a César, e que não se sonegue. Quantos cristãos não estão sonegando, achando que isso nada tem a ver com a santidade que buscamos em nome do Senhor. Mais para frente, vamos voltar a esse assunto, dos impostos, para que se perceba o quão é importante esse dinheiro recolhido do povo.
     “Não gosto da política”...
     Muita gente diz: “Não gosto da política”, e não sabe que o seu desinteresse pela política é que torna a sua vida, e a dos seus parentes e amigos, cada vez mais difícil. Política, não é questão de gostar ou não, é questão de sobrevivência e de uma vida digna para cada ser humano e para as famílias.
     Você come para quê?
     Para não morrer de fome, não é mesmo?
    Assim é a política, temos que comer dela, queira ou não, e tomar cuidado com certos pratos que podem nos fazer muito mal, até nos matar, como a venda de votos.
     Muitas vezes, as pessoas, quando questionadas pelo vizinho, pelo parente, pelo irmão ou irmã, pelo pastor, dizem que não gostam de política, para esconder que não a entendem simplesmente; é mais fácil mostrar desprezo do que admitir ignorância. Tornou-se uma artimanha dos poderosos, para desestimular a concorrência na política, incutir no povo o desgosto pela política. É por isso que os meios de comunicação falam tanto de corrupção generalizada; para que o povo crie nojo.
     “O Analfabeto Político” de Bertold Brecht diz:
    “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” Berthold Brecht foi um destacado pensador, entre outras coisas, do século XX.
     Existem outras pessoas que dizem: “Todos os políticos são iguais”. Não é verdade, assim como nem todos os pastores são iguais. Como em qualquer grupo humano, existem os bem e os mal intencionados. No entanto, é preciso entender que o poder e o dinheiro na mão, muitas vezes, mudam as pessoas. Além do que, o sistema que sustenta a política, infelizmente, predispõe à corrupção, isto é, se o político novato não entrar no esquema, não consegue fazer quase nada pelo povo e será levado à aniquilação e inércia política.
      Então, surge a pergunta: como os bons sobrevivem?
     Com muito sacrifício, desprendimento e contato contínuo com o povo. Tem que sempre buscar a coisa certa, e assim as pessoas vão, cada vez mais, confiando neles. No entanto, é bom lembrar que, como os bons políticos desagradam os corruptos e poderosos, estes tentarão de todas as formas difamá-los. Há pouco tempo, tivemos um exemplo; um grupo de promotores a serviço dos ricos e corruptos, engendraram uma falsa denúncia contra um ex-governador; na época, todo mundo acreditou nos promotores, mas o tempo provou que eles agiram de má-fé, e o ex-governador entrou com uma ação de indenização por dano moral e agora esses promotores estão em maus lençóis, pois o ex-governador ganhou a ação.
     Agora, um entendimento para nós, cristãos, de máxima importância.
     “Política é coisa do diabo...”. Não é, não, não é mesmo.
     É muito comum ouvir de um crente que a política é coisa do mundo, até demoníaca. Nada mais errado, pois é nossa obrigação, como cidadão cristão, é ajudar a governar com sabedoria e honestidade, a fim melhorar o mundo para todos. Essa ideia, de que a política é coisa do diabo, foi colocada na cabeça de muitos fiéis por alguns espertalhões, raposas travestidas de ovelhas, para assim manipular melhor seus interesses políticos nas igrejas. Pastor que prega isso, é pastor de bodes.
     Portanto, é obrigação de todo cristão conhecer, discutir, e fazer escolhas políticas as mais corretas; e o exemplo disso é o próprio Senhor Jesus. Quando Ele esteve neste mundo, todos seus ensinamentos e ações foram políticas sociais para aplicação no mundo, e eminentemente de orientação comunista. Ele andava no meio do povo, pregando seus ensinamentos, realizando milagres, e assim se opunha ao poder dominante dos reis, dos sumos sacerdotes e das castas mais privilegiadas de Israel; e, por isso, os desagradou profundamente. Chegou ao ponto de expulsar, com uma chibata na mão, os que transformaram o átrio do templo em balcão de corrupção. Tudo isso lhe valeu o ódio e a sentença de morte. Jesus não esteve no mundo, praticando o socialismo para ser coroado como Rei (Ele já era Rei), mas para nos mostrar o caminho. Disse Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. ”  João 14:06. E, para que tenhamos vida em abundância, é preciso que tenhamos a boa política, e para merecer a boa política, é preciso lutar por ela todos os dias.
     Ele praticava uma política de amor a todos, pois estava revestida de uma missão fraterna. Seria bom se os políticos se espelhassem minimamente em Jesus para exercer seus mandatos, com muito amor ao próximo. É verdade que um governante não deve governar só para os ricos ou só para os pobres, mas, é bom lembrar, que o rico tem mais condições de se defender das dificuldades e de obter sucesso, através de melhores oportunidades. O pobre, porém, precisa de formação adequada, de estímulo e de oportunidade para uma vida digna. Portanto, a boa política é aquela que está mais voltada para as camadas mais necessitadas da sociedade.


                                                     DOIS PROJETOS POLÍTICOS
                                                    CAPITALISMO SELVAGEM E
                                                        SOCIALISMO ANÊMICO

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" Romanos 12:02

     — No Brasil, quais são os projetos políticos que se apresentam? - Quis saber mais a Mariazinha.
     Primeiro vamos entender como se divide a sociedade brasileira, considerando a questão sócio/econômico, que vale no mundo de hoje, de ontem e de sempre. Ela deveria estar dividida em pessoas do bem e as do mal, mas não é assim.
     De fato, ela está dividida em ricos: classe média, alta e elite: empresários, ruralistas, banqueiros etc, e em pobres: classe média e baixa: desempregados, trabalhadores em geral, favelados, povos indígenas e minorias excluídas etc. Portanto, os projetos políticos brasileiros se estruturam em cima dessas duas camadas sociais. Em alguns países existem ainda governos teocráticos, isto é, onde a religião é o sistema político, como o Islã. Não é o caso do Brasil, onde se vive constitucionalmente a liberdade religiosa; no entanto, temos percebido uma influência nefasta das religiões sobre o desempenho dos governos; antes, dos católicos, e agora, dos evangélicos. Nefasto, porque essa influência não se traduz em amor ao próximo, mas em corrupção, violência e discriminação.
     Antes de tratarmos dos dois projetos políticos, tema desta cartilha, precisamos definir algumas palavras importantes na nossa discussão: Constituição Federal, cidadão, cidadania, partido político, programa político ou ideológico, governo e orçamento público.
     O que é Constituição Federal? – Pergunta Laurinha.
     A Constituição Federal, também conhecida como Carta Magna, é o conjunto de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento social e político de um país. É considerada a lei máxima e obrigatória entre todos os cidadãos, servindo como garantia dos seus direitos e deveres. A Constituição Federal Brasileira de 1988 é a atual legislação do país, criada por uma Assembleia Constituinte e promulgada oficialmente em 5 de outubro de 1988.
     O que é cidadão?
     Somos todos nós, brasileiros, independente de raça, religião e orientação sexual.
    O que é cidadania? – Emenda o Joaquim, curioso, pois já ouvira um tio universitário pronunciar várias vezes essa palavrinha. Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país.
     E, partido político, é o quê?
   Partido político é uma associação, legalmente constituído, com base em formas voluntárias de participação num grupo orientado para influenciar ou ocupar o poder político com seu programa de governo.
     Projeto político é aquele programinha chato veiculado na televisão? Será? – Encafifa o Mané.
   Não, felizmente não é; aquela coisa chata é uma inserção televisiva de um partido político justamente para falar um pouco do seu projeto que também tem o nome de ideologia política de um partido. Ideologia partidária, portanto, é o conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo de um determinado partido, orientando para suas ações sociais e políticas, e que servirá como base para seu programa de governo ao chegar ao poder.
     Governo? Sim, Paulinho. Por governo entende-se a estrutura administrativa ao qual a Constituição atribui o poder, dado pelo povo através do voto, de executar seu programa político numa sociedade. Eu diria que o poder de governo não é privativo do Poder Executivo, mas também do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, que são as três instâncias que constituem o organograma de poder no Brasil. De fato e de direito, os três governam, cada um na sua missão constitucional, mas, agora vamos tratar tão-somente do governo do Poder Executivo. Assim, podemos afirmar que partido político tem projeto, e governo tem programa.
     Por fim, o que é orçamento público? Ufa! Pergunta a Tainá que já se sente inquieta e confusa com tantas definições. O orçamento público é todo o dinheiro arrecadado pelo governo e que foi pago pelos cidadãos a título de impostos, taxas, contribuições etc. Se foi o povo que pagou, esse dinheiro é do povo, e não é dos governantes, isto é, não é do presidente, do governador e nem do prefeito. Como no Brasil se cobra muito imposto do povo, o orçamento representa muito dinheiro, que vai ser administrado por uma pessoa eleita pelo povo, que podemos chamar aqui de César. O orçamento público, seja federal, estadual ou municipal, é uma grande bênção que Deus dá ao povo, e que César deve bem administrar e investir em benefício do povo. Por isso que Jesus incentivava o cidadão a pagar os impostos, dizendo: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” Lucas 20:25, pois, sabia que todos devem contribuir para aumentar a bênção de Deus. É por isso que todos os cristãos têm de se preocupar de fato com a política, e acompanhar com gosto o trabalho dos governos e o comportamento dos políticos, pois não podemos permitir que os ímpios e pecadores corruptos administrem mal a bênção do Senhor. Afinal, essa bênção é nossa.
     Mas, a armadilha do passarinheiro está aí.
     Muitos pregadores cristãos corruptos, aliados de políticos desonestos, tentam convencer os fiéis de que não devem se meter nas questões políticas, e deixar que o pastor cuide disso. Esse é lobo em pele de cordeiro. É preciso vigiar sempre.



                                               CAPITALISMO SELVAGEM
                                             CANIBALISMO FINANCEIRO

   O projeto político dos ricos, executado pelos partidos da direita, também chamados de conservadores, é fazer a classe média e baixa trabalharem com o menor custo possível, quase escravidão, e pagarem impostos para sustentar e enriquecer mais ainda os milionários, através de obras superfaturadas, e esquemas sofisticados, como empréstimos generosos aos empresários e latifundiários, e que lhes favorecem com mil e umas mordomias e privilégios. Pregam o Estado mínimo, privatizando o patrimônio público e transformando-o em empresas a serviço do lucro. Neste projeto, as leis são manipuladas para que os abastados paguem bem menos impostos, praticamente nada, e quase inexistem políticas sociais; só quando muito cobrados, dão algumas migalhas sociais ao povo. Este projeto prioriza obras materiais, pois é quase sempre dali que saem as polpudas propinas.
      O povo de Deus não merece viver de migalhas.
    A cor predominante do projeto dos ricos é o azul, e aparecem também, numa demonstração de falso nacionalismo, outras cores: verde, amarelo e branco da bandeira nacional, numa estratégia de marketing cruel, pois eles sequer estão minimamente interessados no Brasil, mas unicamente em seus próprios lucros e ganhos, estimulados pelos outros países capitalistas, principalmente os Estados Unidos e a Inglaterra.
     Praticamente o Brasil, nesta era da República, sempre foi governado pelo projeto político dos ricos, por décadas e décadas, e, desta forma, surgiu a escravidão negra, e, depois, a escravidão dos pobres, que não tem acesso às faculdades, não tem direito à terra caso queiram sobreviver de plantios, e a maioria passa fome numa miséria vergonhosa para um país tão rico como o nosso. Na época das eleições, esse povo pobre, por falta de conhecimento e premido pelas necessidades, se vende por míseros trinta moedas.



                                                       SOCIALISMO ANÊMICO
                                                       RAQUITISMO POLÍTICO

     O projeto político dos pobres, executado pelos partidos da esquerda: socialistas, comunistas ou progressistas, é restringir o poder dos ricos, tocando nas suas fortunas fazendo-os pagar mais impostos, e melhorar a distribuição de rendas e de oportunidades das classes menos favorecidas. Este projeto tenta criar leis para que diminuam a carga tributária sobre os pobres, e que os ricos paguem mais impostos, e estes recursos sejam aplicados em projetos sociais e estruturais para melhorar a vida principalmente nas periferias. O Governo que abraça a política dos pobres, como foram e são os governos de esquerda, combate a corrupção dos ricos, pois é através de esquemas mafiosos que os ricos ficam cada vez mais poderosos. Vez ou outra, a justiça tem de combater a corrupção da própria esquerda, pois, sempre haverá ladrão no meio das pessoas honestas. Este projeto prioriza a vida das pessoas. A cor predominante é o vermelho, da luta.
     Portanto, se você é da classe média ou baixa, não se iluda com o sorriso e tapinha nas costas e agrados dos ricos. Continue lutando, porque, acredite, Deus colocou, no “vale dos ossos secos” Ezequiel 37:6, nervos, veias, órgãos e vida em uma montanha de esqueletos esquálidos e os transformou em poderoso exército; o Senhor pode transformar uma agremiação fraca em recursos, e perseguida, num poderoso governo que vai fazer a diferença.
     Mas, nunca esqueça que as elites farão de tudo, até tentarão dar golpe de Estado, para retomar o poder que lhes foi retirado nas urnas. Isso já aconteceu por várias vezes no Brasil, e o povo brasileiro, como é um povo dócil e sem memória, se submete. Em 2015, as bancadas políticas dos ruralistas, dos maçons e dos falsos evangélicos se uniram para derrubar a Presidenta eleita democraticamente. Deus, o Senhor dos Exércitos, pode mudar tudo através de um bom combate, mas Ele precisa de você no campo de batalha.


                                                  A SOBERBA DAS ELITES
                                        O PODER POLÍTICO E ECONÔMICO

     O grande poder econômico das elites influencia, e muito, nas eleições, pois ajuda a comprar os votos dos pobres em geral, porque o que conta nas urnas é a quantidade de votos; assim muitos ricos são eleitos, muitas vezes até sem sair dos seus gabinetes com ar refrigerado. Por isso, os ricos são maioria absoluta no Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Poucos pobres são eleitos, e muito menos ainda negros e pardos, ficando o domínio total do parlamento só dos brancos e endinheirados.
     Os candidatos pobres, por não terem recursos, apenas, muitas vezes, munidos só dos seus bons propósitos, poucos são eleitos. Não é só o dinheiro que serve como instrumento de barganha, mas a dentadura, o tijolo, a telha, o churrasco, o puchero, e outros agrados; até a fé religiosa hoje está no páreo, haja vista que muitas igrejas elegem políticos que, muitas vezes, desconhecem quase que completamente os textos sagrados. Será que os líderes maiores das igrejas, verdadeiros vendilhões do templo, não estão recebendo em seus bolsos algum dízimo desproporcional para apresentar o candidato à igreja de uma maneira muito sutil? Vai saber!
     Tudo é negócio, na maior cara de pau.
     Um político cristão não é garantia de um bom político, mas um bom político dará certamente um bom cristão. O cristão que vende o voto, ou se deixa iludir por falta de conhecimento, comete um dos maiores pecados perante Deus, pois o corrupto é o que retira o leite das criancinhas, a merenda das escolas, o remédio dos postos de saúde, o amparo dos idosos e das viúvas etc. Esse cristão, ignorante ou corrupto, demonstra que não tem amor ao próximo, como Jesus determinou, e isso pode lhe custar muito caro, inclusive, a salvação. Os corruptos e seus eleitores vão ter que prestar contas dos seus votos ao Senhor, e, se condenados, como serão, vão arder no fogo do inferno por toda a eternidade. Vale a pena eleger o preferido do pastor e perder a sua alma? Pense seriamente sobre isso. Eleger o candidato honesto é demonstrar amor ao próximo, pois ele terá a sua disposição um bom tratamento da saúde, terá boa educação para seus filhos, terá melhoria de vida etc. Jesus, com certeza, vai abençoar esse voto.
     Hoje está aprovado no Congresso um projeto de lei para o financiamento público e particular das campanhas políticas, a fim de acabar com as doações escandalosas dos poderosos grupos econômicos que mantém os políticos “laranjas, comendo em suas mãos”. O argumento dos ricos, para que não fosse aprovada essa lei saudável é de que, sem o financiamento e doação empresarial, o povo é que iria pagar o alto custo das campanhas. Mas, Deus decidiu e ela foi aprovada, e, cabe a cada cristão, fiscalizar a boa aplicação da lei. Denuncie qualquer doação irregular e toda tentativa de compra de voto.
     “Já pagamos tantos impostos” – reclama a burguesia. Ora, quando, pelo sistema atual, esses poderosos grupos econômicos mandam a conta para seus políticos “laranjas”, me diga: quem vai pagar a conta? De onde vai sair o dinheiro para pagar o “generoso” doador? Dos cofres públicos, é claro, e, tenha certeza, ele receberá multiplicado através da corrupção. O grande esquema de hoje, apenas como um exemplo, são os contratos para transporte público; na saúde, é a terceirização no uso das verbas do SUS, e, por aí vai. São esquemas que pagam a conta às “generosas” empresas. Como, agora, não mais será possível o financiamento empresarial, o jeito vai ser conseguir dinheiro junto ao crime organizado, e, para isso, é preciso um tranco de segurança pública nas favelas, como por exemplo. Além disso há os assaltos aos carros-fortes e a atuação sistemática do chamado “novo cangaço”, cujas investigações todos já conhecem, pois ninguém vai preso, muito menos os mandantes.
     Como já vimos, a maioria absoluta dos congressistas são representantes da classe rica, ou elites, como queira, por isso torna-se complicada a aprovação de uma lei que beneficie a classe média ou os pobres. O Governo Federal, desde o anterior, petista, e outros governos populares, vem tentando diminuir as distâncias sociais entre os bacanas e os pés de chinelo, mas a oposição dos ricos não permite; cada lei que o Governo quer aprovar nesse sentido, é preciso muita negociação. No Congresso, quando vão aprovar uma medida impopular, não deixam o povo entrar nas galerias, nem que para isso seja preciso usar o cassetete, bombas de gás lacrimogêneo etc.
     Como exemplo, temos o Código Florestal, que há tempos vinha se discutindo; como é o pobre que vive da exploração sustentável da natureza: pesca, castanhas, frutos, óleos aromáticos etc, o rico não aprova o projeto do Governo para deixar uma boa margem de floresta às margens dos rios ou em reservas; por eles, desmatavam tudo, acabavam com os rios,  transformando-os em pastos para engordar os bois e plantar soja, pois eles tem dinheiro para comer salmão e caviar todos os dias e beber água mineral importada da França, durante muitos e muitos séculos pela frente ainda.
      É mole, não?!
     Comecei a ter consciência política quando a imprensa dizia que um certo “sapo barbudo” comunista comia criancinhas. Que maldade! Fui atrás de descobrir a verdade e ela me libertou; descobri que o barbudo era grande amigo dos pequeninos e dos pobres. Isso foi apenas um dos fuxicos políticos da imprensa, que vamos conhecer agora.



                                      QUARTO PODER: MÍDIA E IMPRENSA
                                          ME ENGANA QUE EU GOSTO!

     Sabemos que são três os poderes republicanos: Poder Executivo (Governo Federal, Estadual e Municipal); Poder Legislativo (Câmara dos Vereadores, dos Deputados, Senado e Congresso Nacional), e o Poder Judiciário (Tribunais e Ministérios Públicos). Quando a Câmara dos Deputados e o Senado se reúnem em conjunto, diz-se que está instalado o Congresso Nacional. O Poder Executivo realiza os projetos do orçamento anual aprovado pelo Poder Legislativo; o Legislativo cria as leis, que o Poder Judiciário faz cumprir. Portanto, cada poder tem suas atribuições específicas e tentam viver em harmonia. Mas, existe um quarto poder, tão poderoso quanto os três juntos: a mídia e a imprensa, considerados os meios de comunicação que se instalam através de concessões do governo.
     Como a mídia e a grande imprensa estão nas mãos das elites, isto é, dos ricos, é fácil entender sobre quem eles falarão bem ou mal, seja durante as campanhas políticas ou durante os períodos dos governos. Elas podem lhe passar informações incorretas, manipuladas, que você vai acreditar plenamente; são os hoje conhecidos como “fake news” mentirosos.
     Aliás, os meios de comunicação privados atendem a interesses dos grandes grupos econômicos e não estão preocupados com a ética ou a veracidade da notícia. Passam notícias de tragédias, mortes, acidentes violentos, tentando criar na sociedade um sentimento de angústia generalizada, que irá levá-la ao consumo no seu desatino, mais e mais, além de desenvolver um sentimento de desânimo e subjugação. Atentam também contra o caráter dos bons políticos e destroem suas reputações.
     Os meios de comunicação públicos estão sempre mais interessados em fornecer aos cidadãos notícias fundamentadas na veracidade dos fatos e na ética, e procura os educar nos princípios da cidadania. Por isso, quando a direita está no poder, não permite o funcionamento pleno da mídia e da imprensa pública, pois se sentem ameaçados por elas.
     Como exemplo do poder dos meios de comunicação privada podemos citar, sem desmerecer os outros nas suas artimanhas, a do “plim! plim!”; ela faz a cabeça de muitas e muitas pessoas, há muito tempo, seja sutilmente através das novelas, programas infantis ou jornais nacionais, e pode derrubar um candidato dos pobres num piscar de olhos, como já aconteceu em 1989, quando o caçador de marajás derrotou o candidato dos pobres.
     Isso sem falar na desestruturação das famílias, em que o grupo do “olho mágico maçônico” vem investindo desde que uma certa loira dos baixinhos começou a incentivar o rebolado das criancinhas. Nós, quanto cristãos, o que temos feito para barrar essa ação nefanda e ímpia? Nada? Está na hora de descruzar os braços e boicotar as novelas e os noticiários mentirosos, que tal?
     É ruim, hein?! – Exclama a plebe, viciada nas novelas.
   Que tal prestigiar mais as tevês públicas, como a TV Brasil, que mantém uma grade cultural e social da mais alta relevância, em tempos de governo popular. E, mesmo em tempos de governos dos ricos, ela tenta se manter independente, como é o caso de agora, com esse governo golpista.
    Muitos espertalhões estão pegando carona nas mídias, principalmente a internet, capturando os anseios ou ojerizas dos cidadãos, para, manipulando-os sorrateiramente, jogá-los contra os governos, principalmente o federal, que é um governo que deveria estar voltado aos interesses do povo e não aos ganhos das elites. Para vergonha geral, um desses espertalhões saiu das fileiras do nosso glorioso Exército.
     Vale citar, como exemplo, uma notícia mentirosa e manipulada que há tempos recebi, dizendo que uma criminosa que ajudou a matar os pais, teria se convertido e se tornara pastora evangélica, e que arrumou um bom emprego no governo federal de esquerda. Uma enorme mentira, pois ela continua onde deveria estar: na cadeia, mesmo que seja no semiaberto. Portanto, muito cuidado com as mensagens mentirosas que, todos os dias, algumas centrais, “bunkers” dos “fake news” a desserviço do Brasil, enviam aos internautas.
    Pense em tudo isso, meu irmão e minha irmã, e não se deixe enganar, pois os filhotes dos passarinheiros chegam, no meio das manifestações, muitas delas com imagens manipuladas pela mídia golpista e mentirosa, de máscaras e bombas caseiras para armar a baderna, que é o fruto do mal.
     Quer se manifestar? É seu direito.
     Quer vandalizar? Não é seu direito.
     Quer participar de boas mudanças?
  Comece e participe de uma campanha de abaixo-assinados, que será encaminhada para se transformar em lei, com o propósito de diminuir pela metade os altos salários dos políticos e das outras autoridades, principalmente os dos membros do Judiciário, que é uma imoralidade. Com a metade conquistada nessa campanha vai dar para se garantir o passe livre, os benefícios da previdência e muitas outras reivindicações da população mais pobre.
     Enquanto não se mexer no bolso dos bacanas, eles estão se lixando para o que o povo diz, como já declarou um deputado federal da “direitona” braba.
    Só um governo de esquerda, fortemente apoiado pelo povo, teria poder e condições parlamentares para realizar tal proeza neste país onde rico nunca pagou imposto.


                                                ESTRUTURA DOS PARTIDOS
                                        A POLÍTICA É CRUEL E ENGANOSA

     Antes de qualquer juízo, é preciso entender que, como em qualquer associação humana, existem os bons e os maus. Nem os apóstolos de Jesus escaparam dessa regra. No entanto, é sempre bom lembrar a assertiva do Senhor sobre o camelo passar pelo buraco da agulha e a impossibilidade de o rico passar pelas portas dos Céus.
     Qual das passagens é mais fácil?
    Na política se praticam todos os tipos de trapaças, rasteiras, infidelidades etc. É, por isso, que muita gente se enoja dos políticos, e é exatamente isso que eles querem, pois enquanto as pessoas se enojam, não vão mexer com eles, muito menos se preocupar com o que estão fazendo. O asfalto colocado hoje, se esfarela amanhã; a casa popular já é entregue com rachaduras e a distribuição dos imóveis não obedece a critérios democráticos; é melhor dar camisetas, livros e cadernos superfaturados aos alunos da rede pública do que investir na capacitação e melhoria dos profissionais da educação, pois um povo educado adquire consciência política e não cai fácil nas ciladas dos passarinheiros políticos.
    Cuidado, tem partido que tenta até aglutinar nas suas fileiras os ideais cristãos, mas que de cristão não tem nada.
    O sistema político é estruturado em partidos, alguns bem conhecidos, outros nem tanto. Todos os partidos possuem um estatuto que define as bases e objetivos. Por exemplo, existem partidos capitalistas que representam os empresários, os patrões, os coronéis, e seus objetivos são de lhes favorecer, em nome das melhorias e riquezas para o Brasil, por isso falam tanto no tal do PIB (Produto Interno Bruto). Outros, socialistas e progressistas, representam os trabalhadores, os excluídos, a luta dos ambientalistas e minorias etc; estes partidos perseguem a melhoria dos índices do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
   Para quem lê os estatutos partidários parecem todos ótimos, todo mundo quer o bem de todo mundo, é o Paraíso na Terra, mas, a realidade é bem diferente. Na campanha política, todos estão a favor do povo e pregam melhorias imediatas na saúde, educação, segurança etc., mas quando chegam ao poder, principalmente os eleitos das elites, realizam melhorias na saúde privada, na educação privada e liberam os matadores, muitas vezes fardados, para liquidar com os pobres, principalmente os negros e pardos.
   Os partidos de esquerda, quando chegam ao poder, comumente sofrem denúncias por corrupção pelos meios de comunicação que estão, no Brasil, nas mãos de apenas seis famílias milionárias; e, como a maioria dos membros do Judiciário e do Legislativo é da classe alta, das elites, surgem denúncias em que os réus primeiramente são linchados politicamente e depois condenados até sem provas. E, depois de terem seus nomes sujos, não tem como limpá-los, pois, nem a mídia, nem a imprensa, lhes dá espaço para a devida defesa. Os corruptos continuam no poder, enquanto os inocentes têm seus nomes difamados e, muitas vezes, acabam presos imerecidamente. Não caia nesse engodo.
    Só por Deus tanta desumanidade!
   Existem ainda os partidos de aluguel, de centro como dizem, normalmente pequenos, que negociam, entre outras coisas, o tempo da tevê para garantir sua bolada; e assim vão se mantendo. No horário de propaganda política vira uma salada de siglas que ninguém entende; todos se apresentam com suas musiquinhas de pura enganação.
   O Poder Legislativo aglutina mais dispositivos de poder entre os três poderes. É ali que estão concentrados os grupos representantes das empreiteiras, dos ruralistas, dos empresários, dos banqueiros, dos religiosos, dos trabalhadores etc. Grupos que se elegem a peso de ouro, mas que, para eles, com raras exceções, não é nada em comparação com o que lhes vão render as negociatas no Congresso Nacional.
     Éita, povo safado!
     Por que o Legislativo tem tanto poder?
     Porque é ali que se aprovam os projetos de investimentos e o orçamento, a nossa benção, e onde se fazem as leis que regem os destinos dos cidadãos e da nação; até o salário-mínimo é ali definido. Agora, imagine um pouco, para favorecer a quem será que eles fazem as leis? Para os mais pobres e necessitados? Para garantir a preservação da natureza? É lógico que não. Os congressistas, sendo a maioria rica, aprovam leis que lhes perdoam as dívidas públicas e que lhes garanta mais riqueza, empréstimos para as empresas, mais bois gordos no pasto e o importado na garagem.
    Fiat 147, ninguém quer não!
  Quando o Governo Federal manda um projeto de lei que beneficia as camadas mais pobres, é notório o esforço que ele faz para que o projeto seja aprovado; boa parte dos parlamentares negocia o voto a peso de ouro. Muita gente ingenuamente acredita que o Presidente da República que entra, pode mudar as coisas como num passe de mágica ou batendo forte na mesa; vai quebrar a mão e não vai mudar nada; tudo tem que ser negociado com o Congresso.
    Negociação que não se divulga.
    De onde sai o dinheiro?
    Dos grupos interessados, os famosos “lobbies”, é claro.
   Os trabalhadores, os desafortunados e os excluídos têm pouca representatividade no Congresso, porque são grupos pobres na maioria; mas, já foi muito pior, quando só a elite mandava; hoje existem partidos que defendem os trabalhadores e outros grupos marginalizados; é só prestar atenção que a gente descobre quem está do lado do povo sofrido.
    Graças a Deus!
    Mas, cuidado, a imprensa pode distorcer os fatos e nos convencer de que determinado projeto de lei é prejudicial à sociedade, como foi o caso da contribuição provisória sobre movimentação financeira (CPMF) que era destinada à saúde. Primeiro, a imprensa afirmava todos os dias, sem provas, que o dinheiro arrecadado não ia para a saúde; segundo, que a contribuição penalizava os trabalhadores e aposentados (estes nem pagavam a contribuição). De tanto reafirmar essas mentiras, a imprensa fez a cabeça de todo mundo, e os ricos se livraram de uma incômoda contribuição, que penalizava os endinheirados, em favor da saúde pública. Quem é que usa cheques de grandes valores? O catador de papel? Claro que não.
    Por isso, é muito importante saber interpretar (é isso mesmo, interpretar) as notícias, senão você pode comprar gato por lebre. E o Senhor mesmo disse: “Meu povo perece por falta de conhecimento”. Portanto, converse com seus amigos e entendidos sobre política e busque mais informações quando estiver em dúvida; este é o caminho.
    O cristão pode orar a Deus pedindo discernimento, ou leia a Bíblia e veja se a Palavra do Senhor exalta os mais fracos ou os endinheirados. Mas, não é fácil votar naquele sindicalista, professor, ou funcionário qualquer, meio molambento, cujo rosto revela as marcas do sofrimento passado, e que não usa camisa de grife; é mais fácil votar no rico bem cevado, e que, muitas vezes, se apresenta na igreja ao lado do pastor.
     Vamos tratar um pouco agora do Poder Executivo.
    A coligação de partidos que ganha a eleição, vai governar o Estado (União, Estado ou Município). Cada partido irá administrar um ministério, ou secretaria, conforme sua vocação ou negociação. Mas, vocês já perceberam como tem políticos que mudam de partido? Saem dos partidos perdedores e se filiam nos vencedores, e tem até aqueles que, por uma questão de estratégia, saem do partido vencedor para fundar outros partidos que vão apoiar o vencedor. Os primeiros, ou vão para espionar o governo, para tumultuá-lo ou sabotá-lo, como vários casos envolvendo as provas do Enem, a que a indústria do vestibular e as escolas privadas se opõem sanguinariamente; os segundos, para atrair eleitores descontentes e assim amanhã garantir apoio ao partido de origem.
     Simples, não?
     Não, não é nada simples entender tudo isso.
     Os políticos são muito espertos, e, muitas vezes, inventam brigas e dissidências que não existem de fato, mas que tem grande repercussão e que dão enormes prejuízos ao governo e ao povo. Tudo para inglês ver, ou melhor, tudo para enrolar os brasileiros mesmo. É assim que, em determinado momento de um exercício governamental, alguém, do próprio governo, aparece com um dossiê ou vídeo e todos se alvoroçam para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Assim surgiu o “mensalão”, pois o corrupto deputado carioca, cuja filha foi ex-ministra-ex (isso mesmo, foi sem ser do começo ao fim) sem cadeira e caneta, que fez a denúncia nunca teve perfil de esquerda; colocou nos Correios seu achegado para levantar uma denúncia, que deu no que deu, e até hoje as elites mantém a denúncia nos jornais e tevês, quando necessário.
     Essa denúncia interessa a quem?
    Aos ricos, é claro, pois um governo de esquerda socialista, que estava dando certo com um torneiro mecânico, incomodava muito. Conseguiram assim, espichando o processo até onde dava, até ao Superior Tribunal Federal (Supremo), e a cabeça dos incautos aceitando pelas tevês e jornais as mentiras repetidas mil vezes, conseguiram desestruturar lideranças que, por anos a fio, haviam lutado contra a ditadura, muitos até empunhando armas pela redemocratização do Brasil. Essa foi a paga que receberam: uma injustiça sem tamanho.
    Houve irregularidades? Sim, caixa dois que todos os partidos têm, e que só será extirpado com uma boa reforma política e a severa aplicação da lei. Será que essa reforma interessa aos ricos do Congresso? E, por que será que a tal da governabilidade custa tão caro para os governos? É como se você, em sua própria casa, tivesse que comprar todos os dias o apoio da sua esposa, ou esposo, filhos, filhas etc.
    É pra acabar, não?


                                                 NUNCA ANULE SEU VOTO
                                                  NÃO ELEJA O CORRUPTO

Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas”     Isaías 3:4

     A pergunta é: com tantos corruptos, em quem votar? Antes de qualquer coisa é preciso fazer uma reflexão.
     O que representa hoje a carreira política para muita gente? Um excelente meio de enriquecimento; pode ter certeza. Para muitos malandros, estelionatários, bandidos de colarinho branco, e outros mequetrefes, a política é um bom negócio, até porque, quando se começa, como vereador, por exemplo, sempre tem um espertalhão veterano por trás garantindo os votos.
     Quantos “laranjas” não são eleitos?!
     Então, em quem votar?
    Como cristãos, nós podemos definir alguns critérios que irão formar o perfil do possível candidato. No entanto, aplicar esses critérios dá trabalho. Mas, vamos aos critérios gerais. Para o povo pobre em geral, votar em rico é quase que colocar o ímpio para governar: o povo vai gemer, e o que vendeu o voto também.
    Eu não estou preparando esta cartilha para o rico se nortear na política e nas eleições; ele não precisa, ele é mais esperto que eu e você juntos; estou falando para o povo da classe média e baixa, que tem certa dificuldade, ou falta de discernimento, para entender a política.
    Procure observar aquele candidato que olha nos olhos e fala com convicção dos seus projetos, e não fica repetindo jargões comuns, como “prometo se for eleito”, “preciso do seu apoio” etc. Selecione alguns candidatos e procure lhes conhecer a vida familiar, empresarial, religiosa etc, principalmente os antecedentes políticos. O Google é uma boa ferramenta para pesquisar a vida dessa gente.
     É um sujeito de nome limpo? Cuida com dedicação da família? Frequenta alguma igreja? Tem boa fama? Tem estudo e capacidade suficiente para entender as coisas públicas?
    Ou é aquele candidato que, na frente das pessoas, se faz de bonzinho, beija criancinhas, abraça todo mundo, compra voto, e, quando chega em casa, lava as mãos com álcool, toma seus drinques e age como carrasco com a mulher e os filhos?
    Tenho certeza que, se pedir a Deus discernimento, Ele lhe mostrará o seu candidato; por isso, nunca anule, muito me- nos venda seu voto, pois ele é o seu cheque de cidadania. É o instrumento de transformação social que Deus coloca em suas mãos. É através do voto certo que você vai garantir para você, para a sua família e para sua comunidade a boa aplicação do orçamento público, que é a bênção do Senhor para o seu povo.


                                  NEPOTISMO INSTITUCIONALIZADO
                                   RAIZ E RAZÃO DA DEPRAVAÇÃO

    Não poderíamos tratar das mazelas da política brasileira sem falar de nepotismo, que é o emprego de parentes em cargos públicos; muitas vezes parentes sem preparo nenhum, mas que serve para enricar cada vez mais famílias já abastadas, além das mordomias e benesses que recebem. É uma vergonha o que acontece entre os três (quatro) poderes, o conluio promíscuo para colocar, exemplo, o filho, ou filha do juiz como assessor parlamentar, e a esposa do deputado no gabinete do desembargador, e por aí afora; muitas vezes, até a sogra ganha um cargo. E o que é pior, a maioria dessa gente nem aparece para trabalhar; são os tais funcionários “fantasmas”.
    Você, cristão, acha que isso agrada a Deus?
    Deus amaldiçoa essas práticas.
    Tome muito cuidado.



                                                    AGORA, O PONTO FINAL
                                                  MISERICÓRDIA OU AMÉM?


     Muitos desses “políticos”, parlamentares, autoridades, salafrários de todos os escalões e naipes, estão ao nosso lado nas igrejas, fazendo caras e bocas na tentativa de se encaixar no papel de uma ovelha fiel e te enganar. Muitos depois de eleitos desaparecem e nem nos seus gabinetes quer te receber.
     Para esses, faça como Paulo orientou seus mensageiros, que, na casa onde não os quiserem receber, cuspam na sua soleira e retirem o pó das suas sandálias na calçada. Eles não querem saber da Palavra, estão ali na igreja por conta dos votos dos irmãos e irmãs. Portanto, vigiai e orai, porque o político justo irá levar saúde, educação, segurança, renda para os pobres e necessitados. Não pode haver maior prova de amor cristão ao próximo do que, entendendo as artimanhas e ações da política, eleger o justo para governar. Não há necessidade de muita reforma na política, pois o que precisa mudar é o coração do homem iníquo e corrupto, de quem Deus não terá compaixão, nem misericórdia, na hora do Juízo. Político que tem vergonha na cara, isto é, tem carácter, é um espírito que está sempre na presença do Senhor.
     Há no Brasil inúmeras instituições governamentais que nunca estiveram ao alcance da população ou liberadas para o trabalho e benefício da classe média ou pobre; sempre estiveram sob o controle do tacão das elites. As primeiras levas dos profissionais formados através das cotas nas universidades estão chegando à porta dessas instituições, e o que as elites fazem? Desencadeiam uma onda de violência sem igual na história do Brasil contra as minorias, criando uma cortina de fumaça enquanto endurecem as leis e continuam mamando nas tetas da Pátria amada.
     Responda:
    Você já viu pobre pilotando um avião supersônico?
    Você já viu pobre engenheiro do ITA?
    Você já viu pobre pilotando na F-1?
    Você já viu desembargador negro?
    Procurador-Geral da República negro?
    Quantos deputados federais índios você conhece?
  Você já viu pobre correndo da polícia porque furtou um pacote de bolacha para matar a fome? Muitas vezes, não?!
   Olha, sem preconceitos e sem generalizar, os sobrenomes das mais altas autoridades do país; se não for Albuquerque, Gouveia, Robalinho, Piva, Naves. Veiga etc., será um sobrenome bem estrangeiro, quase sempre alemão ou italiano. “Da Silva”, na Presidência, foi um acidente de percurso na vida de um torneiro mecânico e do povo pobre. Mas, lembre-se, sempre haverá exceções; estas dicas são apenas para reflexão, pois, na vida real, peça entendimento ao Senhor se permanecer em dúvida.
     Quem sabe não seja um anjo enviado pelo Senhor, para lhe sensibilizar, aquele índio ou mendigo maltrapilho, ou aquele com cara de presidiário, ou aquela negra cheia de feridas. Quem sabe o Senhor, desta forma, não queira lhe lembrar de quem são de fato os irmãozinhos e irmãzinhas que não tiveram a oportunidade de ter uma boa educação, um tratamento de saúde, um banho sequer, pelo teu descaso político e principalmente porque você tem vendido o voto aos que roubam ao povo a própria cidadania.
     Misericórdia!


                                  “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
                                                             João 8:32



                                      Copyright©by Movimento de Moralização
                                      e Ética no Trato da Coisa Pública - METRA

O METRA foi fundado em 30.11.1991 e, nos dez anos de atividades, sob a coordenação-geral do escritor Brígido Ibanhes, desenvolveu ações de conscientização política e em defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Através da presença, em todas as manhãs dos sábados, na avenida principal de Dourados (MS), cooptou mais de 3.000 participantes dispostos a lutar contra a corrupção política. Foi instalada, em frente ao Tat Lanches, a “Banquinha da Moralidade”, onde eram distribuídas cartilhas e mensagens; era quando o escritor e equipe interagiam com a população. Eram promovidos sorteios de camisetas com a logo do movimento e com a expressão “combate à corrupção”, e outras eram vendidas para pagamento das cartilhas e dos adesivos de carro. Foi o primeiro movimento legalizado para combater a corrupção política no país e, quiçá, no mundo, mas, infelizmente, a grande imprensa nunca deu espaço para a sua divulgação. O Movimento conseguiu congelar o salário dos parlamentares municipais, o que valeu um destempero de uma das esposas de vereador que alegou, em alto e bom tom, que por causa do escritor ela já não adquiria roupas de marca nas lojas. O Metra também propunha ações judiciais contra as ilicitudes praticadas por governadores, prefeitos e outros, como foi o caso quando, nas comemorações do Tetra Campeonato Mundial, o prefeito mandou dinamitar os alicerces de uma escola em construção, porque ela não servia aos interesses das elites que moravam ali perto; e, no seu lugar, foi construído um parque de lazer. O Movimento foi levado pelo escritor às cidades de Chapecó (SC) e Porto Alegre (RS), e assim acabou gerando outros movimentos paralelos. Em 2001, no décimo aniversário do METRA, o escritor lançou, em praça pública, o livro comemorativo intitulado “ÉTICA NA POLÍTICA – entre o sonho e a realidade”. As ações do Movimento Metra também foram uma das motivações do violento atentado a bomba incendiária que o escritor, e sua esposa, sofreram na noite de 14 de maio de 2006, cujos autores continuam impunes até hoje. O escritor foi demitido do Banco do Brasil por perseguição política, após denunciar, como fiscal, corrupção no agronegócio, e teve livros censurados pela justiça e pelo poder público. Cristão, de origem católica, foi seminarista na Congregação do Santíssimo Redentor, e, hoje pratica o evangelismo batista.


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